domingo, 13 de junho de 2010

FEITO NAS COXAS!

Nossa história de hoje começa em 1548, data da chegada da primeira leva de escravos africanos trazidos ao Brasil. Pois é, a escravidão africana no Brasil durou exatos 340 anos, é mesmo muito tempo, ainda mais se pensarmos em tudo que esse período vergonhoso de exploração, preconceito e muita violência representou e representa até hoje, através de seus reflexos, as marcas aparentemente eternas deixadas em nossa sociedade ainda tão primitiva.
Os escravos eram, geralmente, capturados por negros na África, tribos rivais escravizavam inimigos e os vendiam a portugueses que os transportariam em seus navios negreiros até o Brasil, onde seriam novamente vendidos, dessa vez em mercados de escravos.





Navio Negreiro





Mercado de escravos










Não é verdade que aos escravos cabia fazer todos os serviços que os brancos não gostavam de fazer, aos escravos cabia fazer todos os serviços. Entre esses serviços estava o da olaria, ou seja, trabalhar o barro para fazer, entre outras coisas, telhas. Um trabalho nada fácil, os moldes para as telhas eram as coxas dos negros. Trabalho árduo, cansativo e bastante ingrato, afinal as telhas dificilmente sairiam com medidas exatas, já que pessoas diferentes possuem coxas de tamanhos diferentes e, até mesmo, formatos. O resultado era esse aí de baixo:

Ou seja, um resultado não muito agradável, uma coisa muito mal feita. E foi inspirado nisso, uma coisa mal feita, feita nas coxas dos escravos que surgiu a expressão que significa que algo não foi feito com capricho, foi mal feito, foi feito nas coxas...